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E podemos SIM criar um novo sistema

  • Lúcia Fernandes Bonito e Gustavo Tanaka
  • 20 de jan. de 2016
  • 5 min de leitura

Se você não tem os recursos mínimos: se não tem educação, não tem lazer, não tem condições sanitárias, não tem alimentação, não tem trabalho: também não tem saúde e ponto final.

As vezes temos que "educar" para a saúde. As vezes temos que "brincar" para ter saúde... As vezes temos que ter uma fossa sanitária para recuperar a saúde. As vezes temos que aprender a comer melhor e ter bons alimentos acessíveis para promover saúde. E as vezes precisamos questionar o sistema que fazemos parte. Precisamos ver que o que nos é oferecido não é bom e temos o direito sim de arregaçar as mangas (ou desembainhar a espada e ir a luta) e construir uma vida melhor, uma vida mais digna.

Em tempos de crise econômica, política e social temos cada vez mais pessoas desmotivadas, doentes no físico e na alma. Sim. Nós precisamos falar sobre isso!

Hoje em dia não é difícil achar alguém que esteja indignado e insatisfeito com a vida que levamos. Mas o que fazer com essa indignação e insatisfação?

Bom, as vezes ela precisa "crescer" um pouco para ter voz própria e falar para você: "Olha o meu tamanho camarada. Não podemos ficar mais juntos ou eu irei tomar o seu lugar. Me mostre o caminho onde eu posso ser útil, assim irei partir."

E esse é o propósito desse post provocativo. Está insatisfeito? indignado? Conheça alguns pontos que merecem a sua atenção e mande o "monstro" da indignação seguir o caminho da evolução. Em outras palavras: Sim, se sensibilize mas depois faça seu movimento, faça a sua ação.

Encontrei o texto do Gustavo Tanaka: "Hora de aceitar que o Capitalismo não deu certo". Particularmente achei muito pertinente ao meu objetivo e transcrevi um trecho a seguir. Se quiser ler o artigo na íntegra, clique aqui.

Se após a leitura você tiver boas idéias, nem que sejam as mais simples (reciclagem, captação de água, movimentos sociais, indicações de filmes, músicas, etc..), compartilhe publicamente nos comentários e vamos ter um espaço motivador para novas iniciativas.

"Quando eu começo a criticar o sistema, algumas pessoas dizem. “Mas o socialismo não deu certo” E é aí que eu digo que o Capitalismo também não.

Me desculpem, mas um sistema que leva ao esgotamento dos recursos naturais e desconexão com a natureza, à vidas infelizes com empregos de merda, à desigualdade de oportunidades e padronização de uma vida mecanizada e valorização das pessoas erradas não pode ser consierado um sistema que deu certo.

Vou explorar aqui alguns pontos:

1- Esgotamento dos recursos Não temos mais reservas minerais. Estamos destruindo a Floresta Amazônica, criando um mundo cinza, feito de pedra. Poluimos nossos rios, lotamos de fumaça nosso ar e estamos destruindo a camada de ozônio. A nossa agricultura é monocultura e detona o solo. Ou seja, criamos uma sociedade que vive no asfalto, respira fumaça, come alimento com veneno e bebe água suja. Legal né?

2- Desconexão com a natureza Hoje em dia ninguém sabe mais como se planta um tomate. Achamos que as frutas vem do supermercado. Daquela seção pequena no canto da loja e com umas plaquinhas coloridas. Algumas até já vem cortadinhas e embaladas. Ao invés de ensinarmos como se cultiva alimentos, ensinamos nas escolas como se passa no vestibular. Afinal, precisamos de pessoas com diplomas e que consigam bons empregos.

3- A condição bizarra que alçamos a economia. Outro dia eu vi um documentário uma observação interessante. Antigamente as pessoas temiam os deuses e a natureza. Hoje o homem teme a economia. Você vê pessoas amendrontadas com o que pode acontecer com a economia esse ano, com o que isso vai causar no mercado. Mas veja bem. A Economia não existe. Não é um ser vivo. O homem criou a economia. Nós mesmos criamos um monstro que nos amedronta e controla nossas vidas. Ninguém se preocupa se está chovendo o suficiente, se o clima está mudando e afetando as plantações. Mas falamos todo dia sobre a cotação do dólar. Faz sentido isso?

4- Uma sociedade de escravos do sistema Quantas pessoas você conhece que gostariam de fazer algo diferente das suas vidas, mas não fazem porque tem que pagar as contas no final do mês? Já escrevi sobre isso algumas vezes. Temos um sistema que não permite as pessoas serem quem elas são. Elas vendem suas vidas por um salário no final do mês. Eu não culpo essas pessoas. Elas não têm culpa de nada. Cada um tem seu motivo, necessidades, estrutura, filhos, saúde. É muita coisa pra pagar no final do mês. Eu entendo. O erro está no modelo que criamos.

5- Meritocracia não é um modelo justo Quem merece mais que o outro? Você deve responder que é o cara que se esforçou e se dedicou mais, certo? Mas o que está por trás dessa dedicação? Talvez eu e você estejamos competindo pela mesma promoção. Eu trabalhei 12 horas por dia e você “apenas” 8. Então a lógica é que a vaga seja minha. Mas eu não tenho filhos, não tenho dívidas, não sou casado e nem tenho familiares doentes. Você tem 2 filhos pequenos, uma esposa sem emprego, dívidas que você herdou e um pai doente e que necessita de cuidados. Faz sentido essa meritocracia?

6- Uma sociedade que não valoriza a arte É mais importante ser produtivo que ser criativo. Uma pessoa que sabe vender é mais util que uma que sabe criar. Alguém que obedece as regras consegue mais oportunidades que alguém que tem o pensamento disruptivo. Quem é bom de matemática ganha mais dinheiro que quem pinta, esculpe ou compõe. Como resultado disso temos músicos virando analistas, artistas plásticos virando assistentes e escritores virando advogados. Quantas incríveis obras de arte não matamos antes de nascer? Possivelmente fizemos um aborto das canções mais lindas do mundo.

7- Nunca é suficiente As empresas querem crescimento todo ano. Você já viu uma empresa estabelecer a meta de reduzir 15% do faturamento? Como é possível crescer todo ano? Como é possível sempre vender mais? Aqui entra uma falta de compreensão da natureza. Talvez aulas de permacultura ao invés de macroeconomia ajudaria os economistas e administradores a entenderem melhor isso. Ficamos ansiosos. Sempre temos metas a bater, temos que vender mais. Tem inflação e seu dinheiro nunca é suficiente. E assim vivemos sempre com a cabeça no futuro e temos uma dificuldade impressionante de viver no agora.

8- Vida sem equilíbrio Comemos mal porque não temos tempo de nos alimentar bem. Não fazemos exercício porque não sobram muitas horas durante a semana. Não nos conectamos com a natureza porque moramos em cima do asfalto e não tem verde no escritório. Não meditamos porque não podemos nos dar o luxo de ficar 5 minutos com os olhos fechados. Nossos colegas de trabalho nos criticam se a gente dorme até um pouco mais tarde um dia. Somos mal vistos se queremos tirar férias para viajar e curtir a família.

É sério isso gente? Se você acha que tudo isso é assim mesmo e vivemos um sistema espetacular, então feche essa janela e comemore a incrível vida que você tem. Mas se você, como eu, está mudando de ideia sobre o sucesso do capitalismo, compartilhe essa mensagem. Eu não tenho a resposta para o que funcionaria melhor. Certamente não é o socialismo que já se tentou implementar. Mas não é uma coisa ou outra.

Acho que temos a possibilidade de criar um novo sistema. Temos que aproveitar esse descontentamento e começar a explorar novas possibilidades. Experimentando a vida de uma nova forma. Errando, recalibrando, recalculando e tentando mais uma vez. Eu acho que isso faz um pouco mais de sentido que esse sistema insano que criamos."

Para finalizar o post, fica a sugestão desse vídeo incrível e divertido que nos desperta a consciência do materialismo/consumismo e o verdadeiro valor da vida:

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